O deputado Coronel Ulysses (PL) virou personagem do mais novo reality acreano, tentando convencer o público de que odiar o PT é sinal de evolução política. O detalhe picante é que, não faz tanto tempo, o mesmo Ulysses ocupou cargas de destaque durante a longa hegemonia petista – até circularam relatos de bajulação liberada a Viana, segundo o próprio filho do ex-governador. O cenário é digno de novela: ex-aliado que agora usa o microfone para posar de antagonista ferrenho, enquanto os críticos exibem fotos antigas para provar intimidação com o antigo grupo. Política no Acre não perdoa memória curta.
As críticas recentes do deputado ao PT renderam ao protagonista um bombardeio nas redes e ameaças de judicialização. O partido respondeu em notas formais, pedindo as falas de Ulysses de “mentirosas” e “sem fundamento”, e ainda registou períodos em que os parlamentares e familiares tinham contratos privilegiados com governos de esquerda. O tiro saiu pela culatra: quanto mais Ulisses fala, mais petistas se lembram dos bons tempos em que o coronel frequentava churrascos oficiais e, quem diria, torcia pelo sucesso do governo.
O roteiro segue aberto: Ulysses nega ter sido aliado ideológico, jura que só cumpriu o papel de servidor. Os adversários, sem salvar nos memes, agora aguardaremos os próximos capítulos – será que o deputado revelará algum segredo bombástico ou ficará apenas nas críticas programadas? No fim, o Oscar da incoerência política acreana continua indefinido.

