Enquanto operações policiais pontuais tentam, com pompa, prender líderes de facções, o cotidiano dos mais de 8 mil moradores permanece ditado pelo medo. Casos de atendimento em plena luz do dia, execuções sumárias e até ameaças dentro do posto de saúde ilustram como a segurança virou artigo de luxo. E, claro, quando o Estado algumas, as facções recrutam jovens, distribuem ordens e alimentam o ciclo da violência.
A crítica sarcástica lançada recai sobre o “poder público”, que, no auge de sua criatividade, aparece apenas para operações relâmpago diante das câmeras, enquanto a população coleciona boletins de ocorrência e reza por mais uma madrugada em paz. Em Assis Brasil, o cidadão virou especialista em autodefesa e o abandono virou política de Estado — tudo isso diante do olhar atento dos portais de notícia, que não se cansam de relatar o absurdo normalizado na fronteira do Acre.


