Mais de R$ 17 milhões liberados e nada de ponte para atravessar
Enquanto a cidade de Epitaciolândia, no Alto Acre, sufoca no trânsito e na precariedade das suas pontes, o dinheiro federal para construir-las já é mais do que garantido – e bem documentado. Segundo informações da TV Gazeta AC no YouTube, o município recebeu R$ 17 milhões destinados à construção de uma nova ponte que ligará Epitaciolândia a Brasiléia, prometendo desafogar a estrutura atual, datada dos anos 1980.
O prefeito Sérgio Lopes já havia revelado que “os recursos para a construção da nova ponte já estavam na Caixa Econômica Federal, aguardando apenas a aprovação ambiental do Instituto de Meio Ambiente do Acre (IMAC)”, que, finalmente, liberou a licença para o início das obras em junho de 2025. Na teoria, tudo parecia pronto para começar.
Não bastasse a burocracia ambiental, a obra — que já passou por processos de licitação e indenização superior a meio milhão de reais para imóveis na área — parece estar em constante espera. A empresa contratada, ECO Multi Serviços de Manutenção Ltda, desenvolveu o projeto executivo, mas as fundações e os pilares ainda aparentemente se escondem da população, assim como as promessas feitas há meses.
A ex-deputada federal Mara Rocha, responsável pela destinação de mais de R$ 31 milhões em emendas para viabilizar a obra e infraestruturas associadas, fez questão de alertar: “O contrato com a empresa executora termina em alguns meses e as obras precisam começar rápido para não prejudicar a população”. Ou seja, muito dinheiro e pouca ponte, pelo menos até agora.
Enquanto isso, a população segue na travessia do improviso, enfrentando riscos e longas esperanças. A ponte atual José Augusto de Araújo, de mão única, não aguenta mais o fluxo intenso, e as sucessivas cheias do Rio Acre tornam a situação ainda mais crítica — como mostrado a própria TV Gazeta, expondo moradores isolados e a fragilidade da infraestrutura.
A licença ambiental foi assinada pessoalmente pelo presidente do IMAC, André Hassem, em evento oficial com muita pompa, mas a obra ainda não acelerou sua marcha. A esperança que fica é pela chegada de um verão "mais produtivo" para enfim ver as máquinas funcionando.
Epitaciolândia, com esse cenário, parece se especializar em criar pontes… invisíveis.

